terça-feira, 30 de setembro de 2008
Bancos brasileiros perdem US$ 111 bi em valor de mercado
De seu pico, em outubro de 2007, até setembro deste ano, os bancos brasileiros já perderam US$ 111,26 bilhões de valor de mercado, ou 42,7%, aponta um estudo divulgado nesta terça-feira pela consultoria Economatica.
Segundo o levantamento, os bancos brasileiros atingiram seu maior valor em outubro do ano passado, a US$ 260,48 bilhões. Em setembro deste ano, o valor caiu a US$ 149,22 bilhões.
Entre os cinco maiores bancos do País, quem teve a maior queda foi o Unibanco, que passou de US$ 36,989 bilhões de valor de mercado, em seu pico, em outubro de 2007, para US$ 15,536 bilhões em setembro deste ano, uma queda de 58%.
Completando a lista dos cinco maiores estão Itaú (queda de 37% do pico em maio de 2008), Bradesco (queda de 39,4% do pico em maio de 2008), Banco do Brasil (47,6% desde o pico atingido também em maio) e Santander (queda de 55,6% desde seu pico, em outubro de 2007).
Notícia do dia 30 de setembro de 2008. (Setembro Negro)
domingo, 28 de setembro de 2008
Há Democracia?
Lúcio Flávio Pinto
Jornal Pessoal
Outubro de 2008/ 1ª Quinzena
A Ordem dos Advogados do Brasil foi uma das instituições mais importantes na transição para o retorno do Brasil ao regime democrático. Seu Presidente nessa fase, Raymundo Faoro, foi um dos interlocutores de atuação mais destacada na defesa das garantias dos direitos humanos, dentre os quais o da liberdade de expressão. No curso do mais longo período democrático da história republicana brasileira, o atual, a OAB tem claudicado na sustentação de bandeiras que foram tão caras e sacrificantes de empunhar quando o regime militar chegava ao fim.
No Pará, por exemplo, a OAB não se vexou de considerar a agressão que sofri, em conseqüência do pleno exercício do direito de imprensa, como um caso de flagrante violação dessa garantia constitucional, um dos principais elementos constitutivos do estado democrático de direito, ao qual osadvogados estão sempre a se referir, freqüentemente apenas da boca para fora. A violência praticada contra mim (que já fui até integrante da Comissão de Meio Ambiente da Ordem, anos atrás, e várias vezes convidado para participar, no passado, de encontros promovidos pela entidade) foi considerada “rixa familiar”. O meu agressor, Ronaldo Maiorana, foi mantido como Presidente da Comissão em Defesa à Liberdade de Imprensa, de nomenclatura tão torta quanto a sua composição.
Meus leitores e eu temos bradado aqui contra os abusos cometidos pela imprensa, com destaque para O Liberal, no seu noticiário policial. As matérias desrespeitam a dignidade da pessoa humana e violam vários direitos, inclusive à própria imagem, em relação aos quais os donos de jornais manifestam tanta susceptibilidade (quando se tomam por vítimas) e em defesa dos quais não param de provocar o Judiciário, cobrando-lhe pronta e completa tutela, mesmo quando a litigância é caprichosa ou de má-fé. Como é que a valorosa OAB do passado, da época da tão nefanda ditadura, vai puxar as orelhas de jornalistas e empresários inescrupulosos e anti-éticos se a Comissão específica é presidida pelo dono de uma dessas empresas recalcitrantes? Como vai sair novamente em defesa da cidadania, se mantém essa vinculação, que mesmo do estrito ponto de vista técnico-profissional é incompatível com a natureza da função?
Há outro comprometimento, este mais de natureza corporativa. A OAB não abre mão de submeter os bacharéis em direito ao exame de ordem, como condição para autoriza-los a exercer a advocacia. É uma posição respeitável e passível de ser defendida com êxito. Mas há pessoas que divergem desse entendimento. O mais conhecido advogado no Pará contrário à exigência do exame de ordem é Fernando Lima. Em ofício encaminhado no final de julho de 2007 à OAB/PA, ele denunciou que está sendo censurado e impedido de continuar a manifestar a sua divergência.
Nessa comunicação, Fernando Lima disse que há algum tempo seus artigos “não estão sendo publicados por nenhum dos jornais de Belém”. Mas a imprensa local “costuma divulgar, quase com exclusividade, o ‘discurso’ dos dirigentes da OAB, em defesa do Exame de Ordem, sem permitir a divulgação das opiniões jurídicas divergentes”.
Assegura o advogado que “nos dois principais jornais de Belém, pertencentes a diferentes grupos políticos, eu não tenho conseguido publicar mais nada. Até mesmo ‘cartas do leitor’, enviadas em duas oportunidades, a um desses jornais, não foram publicadas. Evidentemente, eles não dizem o motivo, mas eu acredito que seja devido às críticas que faço, em vários assuntos polêmicos, tais como o IPTU, os temporários do Estado, e tantos outros, como o próprio Exame de Ordem da OAB”. Fernando Lima lembra que esse problema “é recente, e é preciso ressaltar que os meus artigos já são publicados, nos jornais locais, há mais de trinta anos”.
Impedido de se expressar por escrito na grande imprensa, ele tem procurado manifestar seus pontos de vista em encontros e debates acadêmicos e profissionais. Numa das últimas ocasiões, ele denunciou o fato ao Secretário-Geral da OAB/PA. Queria que a Ordem “tomasse as providências cabíveis, junto a esses jornais, para que os meus artigos pudessem voltar a ser publicados”. Obteve o apoio do colega, mas não teve qualquer resposta da instituição. A tarefa caberia à mesma comissão encarregada de fiscalizar a liberdade de imprensa, mas seu Presidente aceitaria cortar na própria carne, ou teria isenção para cortar na carne da empresa concorrente?
Um gesto concreto de apoio ele diz que teve da OAB da Paraíba, em cujo site um artigo seu foi publicado, “embora extenso”. Considerou a iniciativa “um bom exemplo de atitude democrática, dos dirigentes da OAB, que poderia ser aproveitado, aqui no Pará”. E completou: “Aqui em Belém, o resumo desse artigo foi publicado por um dos jornais locais, em julho de 2005. E foi o último, porque depois disso eu não consegui publicar mais nada, nesse jornal”.
Fernando Lima admite que sua opinião jurídica sobre o exame da OAB pode ser discutida. “Mas, em um regime que se pretende seja democrático, ninguém tem o direito de impedir a divulgação das opiniões contrárias. Ninguém pode estabelecer a censura da imprensa, nem cercear, de qualquer maneira, a liberdade de manifestação do pensamento. A imprensa, em um regime democrático, precisa ser livre e imparcial”.
Mas ela não está livre no Pará. Aliás, no Pará há democracia? Há imprensa livre e democracia de fato no próprio Brasil, embora formalmente os cidadãos disponham de todos os institutos democráticos em tese para fazer valer os seus direitos e garantias? Fernando Lima cita o jornalista Marcel Leal, para o qual a liberdade de imprensa no Brasil é uma miragem:
“Leis? Ora, as leis. Nos últimos 20 anos, dezenas de jornalistas foram ameaçados, surrados e assassinados no Brasil. Nenhum – preste atenção nisso – nenhum assassino ou mandante foi preso, ou sequer indiciado. Nenhum. Em compensação, vários jornalistas foram processados, condenados, e alguns presos, por acreditarem nos artigos da Constituição Brasileira que garantem a liberdade de opinião, expressão e imprensa. Por acreditarem que as leis são para todos. Por acreditarem que a função da polícia é prender bandidos, ricos ou pobres. Por acreditarem que o Judiciário é “justo” e “independente”.
Acrescenta Marcel Leal: “Para quem acha exagero, lembro que nenhum país pode ter democracia e respeito aos direitos de seus cidadãos sem uma imprensa livre. Pior do que não ter democracia é achar que a temos, quando na verdade informações importantes são sonegadas a você por medo. Medo de morrer. Porque até agora, quem mata jornalistas nunca é punido”.
Fernando Lima dá razão ao jornalista: “quando o povo lê e acredita no que diz o comentarista da TV, ou no que os jornais publicam, pode estar sendo vítima de um torpe processo de propaganda, através do qual a mídia somente publica aquilo que lhe interessa, ou então os comentários dão aos fatos a interpretação mais adequada aos objetivos dos donos das empresas jornalísticas, e dos políticos com os quais eles estão associados”.
Ele acrescenta à sonegação das informações por medo, conforme disse o jornalista, aquelas que também podem ser sonegadas “para atender aos interesses políticos, econômicos, individuais, corporativos, etc., de pessoas ou de grupos que detenham parcelas consideráveis de poder e que pretendam privilegiar esses interesses, em detrimento do interesse público, utilizando, para isso, os serviços prostituídos da imprensa, que deveria ser imparcial”.
As empresas jornalísticas, sustenta Fernando, “não podem ser balcões de negócios, porque elas desempenham, ou deveriam desempenhar, uma importantíssima função institucional, de defesa das instituições democráticas e republicanas, de defesa do interesse público, de defesa do governo constitucional e de defesa, enfim, das nossas liberdades”.
“Uma imprensa censurada, ou uma imprensa prostituída, é capaz de anular, na prática, todas as nossas liberdades, até hoje conquistadas. É fundamental, para a manutenção dessas liberdades, que se garanta ao povo, a todos, o acesso à informação imparcial, à crítica e ao debate”, proclama Fernando, que possui 37 anos de militância jornalística e nesse período produziu mais de 300 artigos jurídicos, sendo filiado à ABI (Associação Brasileira de Imprensa).
O advogado reconhece que não existe regime democrático sem uma imprensa livre. Mas ressalva: “Não basta, porém, que a nossa Constituição diga que temos um regime democrático e diga, também, que temos liberdade de manifestação de pensamento, através de uma imprensa livre. É preciso constatar, na prática, se isso é verdade e é preciso lutar, sempre, em defesa das nossas liberdades”.
No entendimento do advogado, a OAB “tem uma enorme responsabilidade, nesse particular”. E uma das provas dessa responsabilidade é não permitir “que seja impedida a publicação das críticas ao seu Exame de Ordem”.
Com a palavra, a instituição. Para responder de fato. Com data vênia e tudo.
sábado, 27 de setembro de 2008
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
"O dólar acabou", avalia Carlos Lessa
Claudio Leal
Terra Magazine - O pacote de US$ 700 bilhões do governo Bush é um bom caminho para combater a crise? Como o senhor analisa esse plano emergencial?
Carlos Lessa - É preciso ter duas coisas em consideração. Primeiro, o poder norte-americano. Na história da humanidade, nunca houve uma sociedade tão poderosa quanto os Estados Unidos. É um poder militar, é um poder cultural enorme, mas a chave desse poder chama-se dólar, por uma razão muito simples: as reservas de todos os bancos centrais do mundo são lastreadas, predominantemente, em títulos do Tesouro norte-americano. Os Estados Unidos têm uma vantagem estratégica sobre qualquer outro País: o que ele emite, é dívida. Mas é a riqueza dos outros. Então, quem emite a riqueza, no caso os Estados Unidos, tem mais poder do que ter Forças Armadas.
Essa crise americana foi, na verdade, o jogo financeiro dos bancos americanos que, em última instância, debilitou profundamente o dólar. Ninguém sabe o tamanho do buraco. A informação que se tem é que são de US$ 14 trilhões as operações imobiliárias. Porém, ninguém sabe como é que isto foi, pela ginástica da alquimia financeira; derivativos em cima de derivativos - o derivativo pega um papel ruim e converte em papel bom -, derivando de tal maneira que vou dar a seguinte informação: o País mais conservador do mundo é a Suíça.
Por quê?
Do ponto de vista financeiro, é o País mais conservador do mundo. É a pátria onde os bancos são dominantes. O maior banco suíço chama-se UBS. O UBS já perdeu US$ 40 bilhões com títulos de primeira classe norte-americanos. Quarenta bilhões. Bom, o que estou querendo dizer: todos os bancos do mundo estão interligados nessa porcaria que os americanos fizeram. As perdas, ninguém sabe quais são. A esperança do governo americano, obviamente, é que colocando esses US$ 700 bilhões, pára. Por um lado, teoricamente, isso seria ótimo. O que o governo americano vai fazer é chamar para si tudo que é podre. Mas o problema é que, nessas crises, apodrece até o que é bom.
O economista Luiz Gonzaga Belluzo alertou para o risco de contaminar os bancos comerciais.
Luiz Gonzaga conhece profundamente isso. E já estão contaminados. Pra você ter uma idéia: as empresas no Brasil tomam 10% do total de crédito de empresa no exterior. Só que os bancos do exterior pararam de emprestar. Por que o Banco Central reduziu os depósitos obrigatórios dos bancos? Sabe por quê? Para tentar gerar um espaço de crédito pra essas empresas que não têm mais crédito. Quem diria que um país tupiniquim, com doutor (Henrique) Meirelles todo-poderoso, pagando os mais altos juros do mundo, que tem US$ 207 bilhões na reserva, ia ter que fazer isso?
Conciliando com o discurso de que o País não está sendo afetado?
Só 10% do crédito de empresas do Brasil vêm de fora. Agora, o UBS, o maior banco suíço, já perdeu US$ 40 bilhões. Não quero falar nada, mas quanto o Bradesco já perdeu? Quanto o Itaú já perdeu? Ninguém sabe. Eles não vão falar. Mas os bancos são encadeados uns com os outros. O Lehman Brothers era o terceiro banco em tamanho nos Estados Unidos, o maior banco de investimentos. Maravilhoso, fortíssimo e tal. Pra fechar o caixa, tirou US$ 8 bilhões do depósito do Lehman na Inglaterra. Aí o Lehman da Inglaterra não pagou seus funcionários. Quatro mil funcionários passando fome porque não receberam o salário do mês. Uma bolha dessa, quando explode, distribui fragmentos para todos os lados. Ninguém fez uma avaliação desse tamanho.
Então, como o senhor avalia...?
O que eu posso dizer é o seguinte: o tamanho do buraco é provavelmente muito maior do que foi anunciado até agora. Os bancos americanos já puseram US$ 1 trilhão.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) estimou as perdas em US$ 1,3 trilhão.
E agora mais US$ 700 bilhões! Você já fez acampamento? Pois veja bem. Todo mundo que faz acampamento sabe que tem que abafar a fogueira. Como é que se abafa? Joga um cobertor em cima e apaga. Tira o oxigênio. Mas se você puser um cobertor menor que a fogueira, alimenta o fogo. Eles já puseram US$ 1,3 trilhão nos últimos quatro meses. E vão colocar US$ 700 bilhões. Acho que é cobertor curto. Como os bancos do mundo estão entendendo essa história? O desespero deles fazendo isso é porque a situação é muito séria. Se a situação é muito séria, não vou emprestar pra ninguém.
Noutra entrevista, o senhor já tinha alertado também para a dissociação entre consumo e a renda real de uma pessoa, com a proliferação do crédito fácil. Qual é o risco para o País?
Certo. Chamei muita atenção de que o crescimento brasileiro, nos últimos dois anos, estava em cima de uma bolha de crédito. Vender carro sem pagamento à vista. O prazo de 90 prestações é o equivalente tupiniquim à bolha imobiliária americana. Se a crise bater no Brasil, os endividados vão fazer o quê? Parar de pagar. Os bancos vão fazer o quê? Executar e ficar dono dos carros? Vão fazer o que com os carros? A crise americana está se propagando pelo mundo inteiro. É só pra isso que estou chamando a atenção. E ninguém sabe o tamanho dela. A única coisa que se sabe é o seguinte: quanto mais ela avança, maior ela fica.
O que deve ser proposto?
Só tem um jeito. A Rússia já propôs, e a França também: reunir as potências do mundo e definir um novo acordo de Bretton Woods (que estabeleceu, em 1944, as relações monetárias mundiais). O dólar acabou. Mas o problema é o seguinte: os Estados Unidos não vão deixar que o dólar acabe. Mas, objetivamente, o dólar acabou. O que os americanos vão tentar fazer é distribuir essa conta pelo mundo inteiro. Vai sobrar até para a Guatemala.
Entre as propostas do democrata Barack Obama para apoiar esse novo pacote de Bush, está a de ajudar também os proprietários de imóveis, não só os detentores de hipotecas. O que o senhor acha dessa proposta?
Isso é o jogo eleitoral que ele está fazendo. Porque os americanos nunca vão deixar, não vão estar preocupados com os proprietários de imóveis. Eles vão estar preocupados é com os bancos. O proprietário de imóvel, que se endividou, azar! Vai ter que pagar ou perde o imóvel. Agora, os bancos, não recebendo, vão ficando podres. O dólar não está nos proprietários de imóveis. O dólar está nos bancos e no Tesouro americano. Niguém está se perguntando o seguinte: se os americanos vão emitir mais US$ 700 bilhões, são mais US$ 700 bilhões de dívidas do tesouro americano. Quem é que vai comprar?
Quem o senhor sugere?
Vão tentar forçar o mundo inteiro a comprar. Vão jogar pra fora, vão jogar a crise pra fora. E o que o nosso Lula está dizendo? Que tá tudo bem, né? O que o (Guido) Mantega está dizendo? Metade do povo brasileiro é de classe média. O que é que dr. Meirelles não diz, mas faz? Continua a fazer o que sempre fez. A minha preocupação é que se tenha uma crise muito grande avançando, enquanto o governo faz um discurso que não tem nada a ver com o real.
Não há uma dimensão humana por trás disso?
As pessoas não estão... Há seis dias, estive em Juiz de Fora, pra fazer uma conferência. Lá tenho muitos amigos. Sabe qual foi a informação que eu recolhi? A cidade tem 520 mil habitantes. Sabe quantos veículos automotores estão licenciados na municipalidade de Juiz de Fora? 140 mil.
Uma proporção elevada.
Um para menos de quatro moradores. Se você pegar essa informação para Ribeirão Preto, Campinas, cidades próximas a São Paulo, vai encontrar uma proporção maior. Menos gente por carro. Como levaram o crescimento da economia brasileira? Pelo endividamento das famílias, não pelo investimento das empresas, não pelo investimento público. A única coisa que aconteceu foi o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Quando eu fui presidente do BNDES, o Lula me pediu pra fazer a lista dos projetos prioritários para o País. Fiz uma relação muito parecida com o PAC atual. Aliás, eu acho que eles partiram da lista que nós fizemos. Trabalhamos três meses com 50 pessoas. Detalhe: neste ano, só gastaram 40% do que foi programado. Você acha que vão continuar o PAC? E aí? Você acha os juros vão subir? Posso afirmar que vão, pois é a única coisa que o dr. Meirelles sabe fazer. Como os dólares estão saindo do Brasil, Meirelles vai empurrar os juros pra cima. Os empresários vão continuar a investir? Já anunciaram que estão paralisando. A crise está entrando no Brasil.
Fonte: Terra
Comentário: o Governo (como sempre) vai negar a crise até o fim das próximas eleições. Depois das eleições (ganhas) vai declarar que nada sabia da crise e a culpa é dos outros aloprados.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Caríssima, a corrupção representa um obstáculo para a luta contra a pobreza
Philippe Bernard
A amplidão das práticas de corrupção nos países pobres representa um obstáculo para os esforços em favor do desenvolvimento e desestimula empréstimos e doações em dinheiro. Esta realidade é qualificada de "catástrofe humanitária permanente" pela organização não-governamental Transparency International (TI), em seu relatório para 2008 que foi publicado na terça-feira, 23 de setembro, em Berlim. Esta nova chamada é divulgada no momento em que uma reunião a respeito do financiamento dos "objetivos do milênio para o desenvolvimento" (saúde, educação, meio-ambiente, etc.) deverá ser realizada na quinta-feira em Nova York, à margem da Assembléia Geral da ONU.
Segundo os autores do relatório da Transparency International, o custo da corrupção "poderia encarecer em 35 bilhões de euros (cerca de R$ 95 bilhões) o montante dos investimentos necessários" para se alcançar esses "objetivos", principalmente nos setores da água e da higiene pública que concentram a metade do orçamento total. A corrupção "constitui uma das razões mais importantes da carência de progressos realizados no caminho da redução da pobreza", sublinha a organização.
Sem que isso venha a constituir qualquer grande surpresa, a Transparency International coloca a Somália e o Iraque nos últimos lugares no seu ranking do "índice de percepção da corrupção", enquanto a Dinamarca, a Nova Zelândia e a Suécia apresentam o melhor desempenho nesta categoria. A França ocupa o 23º lugar entre os 180 países classificados, o que para ela representa um "retrocesso significativo" em relação à sua classificação anterior, da mesma forma que para o Reino Unido, a Itália e a Bulgária. A China ocupa o 72º lugar, a Rússia, o 147º, exatamente entre o Bangladesh e o Quênia. Em contrapartida, alguns "progressos" foram assinalados, principalmente por parte da Albânia, de Chipre, da Geórgia, da Nigéria e da Turquia.
O ranking da Transparency International, que conta com uma ampla repercussão por parte da mídia pelo mundo afora, agrega uma série de dados que foram fornecidos pelos meios de negócios e por analistas do mundo inteiro. Esses dados dizem respeito à freqüência e ao montante das propinas que precisam pagas para as administrações ou para funcionários ou oficiais políticos. Entretanto, a comparação entre os países, que constitui a parte central do ranking, tem sido criticada por diversos observadores em razão das disparidades existentes entre os inquéritos.
A deterioração da situação que foi constatada em determinados países que entram na categoria dos grandes exportadores - inclusive a França - "deixa pairar algumas dúvidas em relação à capacidade real dos governos de porem fim aos abusos das companhias na condução das suas atividades no exterior", comenta a Transparency International. Essa degradação também vem questionar o mérito das lições de transparência e de "boa governança" que têm sido dadas constantemente aos países pobres.
Tradução: Jean-Yves de Neufville
Pagamento de impostos (mais carga no burro)
A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) será cobrada de profissionais liberais que prestam serviços por meio de empresas próprias, inclusive as clínicas médicas. O STF rejeitou os Recursos Extraordinários 377457 e 381964, em dia 17 de setembro.
O procurador-geral da Fazenda Nacional, Luis Inácio Adams, afirmou que os débitos relativos ao pagamento poderão ser parcelados em cinco anos (60 meses). Segundo ele, não estão previstos benefícios para esses devedores na medida provisória que será editada pelo governo mudando as regras de cobrança de dívida da Receita Federal.
Cálculos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) indicam que a União poderá receber cerca de R$ 5 bilhões com a cobrança atrasada.
A decisão do STF encerrou uma disputa de mais de dez anos. A lei complementar nº 70, de 1991, instituiu a cobrança da Cofins e definiu que os profissionais liberais ficariam isentos. Já a lei ordinária nº 9.430, de 1996, previa que as sociedades civis de prestação de serviços regulamentadas teriam que pagar o tributo. Após algumas empresas terem recorrido à Justiça, muitos contribuintes conseguiram manter-se isentos. Apesar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ter reafirmado esse entendimento em 2003, o STF decidiu a favor do governo.
Fonte: Folha Online
terça-feira, 16 de setembro de 2008
domingo, 14 de setembro de 2008
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Padrões Hipnóticos Ericksonianos
1. Eu não lhe diria _________, porque ...
De qualquer forma já estou dizendo, porém, minha negativa inicial quebra a resistência, e a palavra mágica "porque" atribui autoridade ao que digo ao mesmo tempo em que desvia a atenção do comando embutido.
Exemplo: Eu não lhe diria faça seu pedido agora, porque você já sabe que este é o melhor momento.
2. Eu poderia lhe dizer que________, mas ...
Você não pode colocar nenhuma objeção, já que eu apenas estou comunicando o que posso fazer. O "mas" desconsidera o dito e engana a atenção consciente.
Exemplo: Eu poderia lhe dizer que o cuidado com os cabelos é fundamental para a saúde, mas prefiro que você descubra por si mesmo.
3. Mais cedo ou mais tarde, ...
Este padrão é um verdadeiro facilitador de comandos embutidos, no que pressupõe a inevitabilidade dos mesmos.
Exemplo: Mais cedo ou mais tarde, você vai perceber mais profundamente as vantagens desta escolha.
4. Algum dia (ou em algum lugar)...
Mesmo caso do anterior. Pressupõe-se que algo inevitavelmente irá acontecer, algum dia ou em algum lugar. Então é melhor que você já comece imaginar isto agora e deixe acontecer.
Exemplo: Algum dia, você vai rir das preocupações atuais.
5. Tente resistir ...
A pressuposição é de que qualquer resistência será inútil. Este padrão contém um duplo vínculo: ou o cliente tenta resistir, obedecendo ao comando direto ou não resiste, atendendo ao comando indireto. Não há como não obedecer a você.
Exemplo: Tente resistir a este novo modelo do carro.
6. Estou me perguntando se você _______ ... ou não.
Pergunta embutida, seguida de comando embutido. O "... ou não" do final é optativo e serve para uma possível retirada estratégica.
Exemplo: Estou me perguntando se você gostaria de experimentar este produto por uma semana sem compromisso... ou não
7. Talvez você não tenha... , ainda.
O "ainda" é outro pressuposto de inevitabilidade. O "talvez" funciona como suavizador. O "não" produz a imaginação do que está sendo negado. A meta-mensagem é "faça logo".
Exemplo: Talvez você não tenha decidido a nos acompanhar nesta parceria ainda.
8. Estou me perguntando o quê você gostaria de fazer primeiro.
A cláusula temporal "primeiro" contida nesta pergunta embutida faz pressupor que ambas as escolhas vão ocorrer de qualquer jeito. O consciente é desviado pela preocupação com a ordem em que vão ocorrer.
Exemplo: Estou me perguntando o quê você gostaria de fazer primeiro: tomar mais um cafezinho ou assinar o pedido.
9. Alguém pode __________, porque ...
O uso da confusão, reforçada pelo padrão "lógica sem lógica". Observe, pelo exemplo, que o cérebro do ouvinte vai ter que inventar uma ligação de causalidade lógica entre as duas orações da sentença.
Exemplo: Alguém pode sentir-se aliviado e tranqüilo, porque você conhece a satisfação íntima de recuperar a vontade de vencer.
10. Você vai ______ agora, ou você vai _______?
A multiplicidade de escolhas disfarça a pressuposição de que a escolha é inevitável.
Exemplo: Você vai garantir esta troca agora, ou você vai fazer o pedido de reserva para depois?
11. ... disse (ou dizia) _____, "________"
Você transmite seu comando ou sua mensagem através da citação de outrem.
Exemplo: Já dizia meu avô: "quem não arrisca não petisca".
12. ... me disse uma vez, "_______"
Mesmo padrão anterior, enriquecido com a adição de metáforas.
Exemplo: Meu pai me disse uma vez que, com um passo após o outro, você chega aonde quiser.
13.
Uma das seqüências eficazes de condução hipnótica. Após uma série de afirmações comprováveis fisicamente, você faz uma sugestão que, embora não comprovável, terá alta chance de ser incorporada às demais.
Exemplo: Você está sentado nessa cadeira, na minha frente, pode ver o meu rosto e as minhas mãos, ouve o som da minha voz e sabe que eu não o enganaria numa transação.
14. É fácil ________, não é?
O mágico "não é?" final transforma o comando em uma pergunta e contorna a resistência, oferecendo a opção do contrário.
Exemplo: É fácil negociar quando as duas partes querem o acordo, não é?
15. Sem sombra de dúvida (ou com certeza) ...
Os advérbios de modo como felizmente, obviamente, indiscutivelmente, infelizmente, etc. fazem pressupor que a afirmação que lhes segue é necessariamente verdadeira, reforçando assim os comandos embutidos.
Exemplo: Sem sombra de dúvida, vale a pena investir neste negócio.
16. Eu não sei se _________.
Neste padrão, a negação disfarça uma pergunta que, por sua vez, disfarça um comando. É uma forma indireta de se chegar ao inconsciente.
Exemplo: Eu não sei se esta é a grande oportunidade que vai mudar sua vida.
17. Você pode _______, não pode?
O que distingue este padrão é o "não pode?" final. Você pode entender como ele suaviza o comando e cria fatores de rapport com o ouvinte, não pode?
Exemplo: Você pode se colocar alguns instantes no meu lugar, não pode?
18. A gente pode ________ porque ...
" 'Porque' é uma palavra mágica, porque ela empresta credibilidade emocional a tudo o que se diz antes dela". (Robert Anue)
Exemplo: A gente pode gastar algum tempo analisando o assunto porque você sabe que esta é uma forma de se chegar a um acordo mais seguro.
19. Quem sabe você gostaria de _________?
Treine o uso sistemático de suavizadores. Este padrão contém dois. No exemplo a seguir, há também a pressuposição de que o cliente vai comprar o aparelho.
Exemplo: Quem sabe você gostaria de experimentar o aparelho antes de comprá-lo?
20. Você provavelmente já sabe ...
Forma excelente e elegante de suavizar o comando indireto que se segue. O ouvinte é conduzido a colocar em ação seu sistema de busca para verificar seu conhecimento do que é afirmado, enquanto o inconsciente capta a mensagem do comando embutido.
Exemplo: Você provavelmente já sabe como identificar um produto de boa qualidade.
21. Estou curioso para saber se ...
Forma indireta de fazer a pergunta, que vai embutida.
Exemplo: Estou curioso para saber se você vai estudar minha proposta com o carinho que ela merece.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
A batalha pela sua mente
Técnicas de persuasão e lavagem cerebral sendo usadas atualmente no público
por Dick Sutphen