quarta-feira, 19 de maio de 2010
Mais de 25 milhões de brasileiros devem acima de R$ 5 mil
Mais de 25 milhões de brasileiros devem acima de R$ 5 mil
Da equipe do DiárioNet
18/05/2010
O número de brasileiros com dívidas superiores a R$ 5 mil cresceu 40%, após o período pós-crise e a retomada do crédito. Além disso, 25,7 milhões de consumidores brasileiros recorreram a empréstimos com valores acima desse valor, o que significa dizer que 20% dos brasileiros com mais de 16 anos têm dívidas quatro vezes a renda média nacional mensal.
Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira, 18, e, de acordo com o professor de finanças da FGV-EAESP Fabio Gallo Garcia, a compra de bens duráveis é um dos motivos para esse endividamento dos consumidores brasileiros.
“Os consumidores têm grande propensão ao consumo de bens duráveis como carros, motos, TVs de tela plana e computadores, que custam mais de R$ 5 mil. Somando-se a isso, há também a falta de planejamento financeiro, que contribui ainda mais para o aumento do endividamento”, afirma, segundo a assessoria da entidade.
A tendência para os próximos meses é que o governo adote medidas para inibir a aceleração do consumo, disse. O professor aconselha fazer um planejamento financeiro familiar rigoroso: "Se você está pensando em comprar a casa própria, não pode comprometer mais do que 30% da renda mensal para o pagamento das prestações. Para a compra do carro, apenas o que couber no orçamento, já descontando todos os gastos que o carro traz como combustível, seguro, estacionamento,revisão mecânica”.
Comentário:
Sempre omitem os fatos mais relevantes - juros estratosféricos (um dos maiores do Mundo), impostos diretos e indiretos escorchantes, omissão criminosa do Governo em prover Saúde, Educação e Segurança para todos (pagamos planos de saúde privados, segurança privada e seguros contra roubos e furtos, pagamos por escolas privadas para nossos filhos).
Enfim, o que o Governo deveria fazer, não faz, e proclama que tudo é consumismo desenfreado do povo. Pago por Imposto de Renda um absurdo, e não posso descontar integralmente o que gasto na educação de meus filhos. O que me deixam descontar é 1/12 avos do que gasto por ano.
Isto ninguém falou, mas a carga tributária desta republiqueta é confiscatória. A Inconfidência Mineira foi desencadeada pela Derrama dos impostos para a Coroa Portuguesa, meros 20% (um quinto). Hoje ultrapassamos a marca dos 40% do que ganhamos em impostos, e tudo bem, a culpa é do consumidor. E o Governo afirma que a Receita Federal bate recordes de arrecadação a cada ano. E ainda quer exumar a CPMF para criar mais uma ventosa confiscatória sobre o povo.
No Brasil Colônia, a derrama era um dispositivo coator contra os "homens-bons" (brancos e ricos), para que estes zelassem pela arrecadação dos quintos reais.
O quinto era a retenção de 20% do ouro em pó ou folhetas levado às Casas de Fundição, que a colônia era obrigada a mandar para a metrópole.
Correspondia a uma taxa cobrada dos "homens-bons" e que foi fixada em 100 arrobas anuais (1 arroba = 32 arráteis = ~ 15 quilos), ou seja, 1500 kg aproximadamente. Como não raramente, o quinto não era pago integralmente e os valores não pagos eram acumulativos, era preciso intensificar a cobrança, confiscando-se bens e objetos d'ouro. Essa prática de cobranças de valores para atingir a meta estipulada pela Coroa, era chamada de derrama.
O sistema de cobrança dos quintos por Casa de Fundição, com o dispositivo coator da Derrama, foi implantado em 1751, sucedendo ao Sistema da Capitação que tinha levado as Minas Gerais à total miséria. "Ou se extinguia a Capitação, ou Portugal perderia não só as Minas, mas a própria Colônia", afirmou o próprio Marquês de Pombal em suas razões para extinguir a Capitação.
Ao final da capitação (1735-1751) e ante o desastre que causara às Minas, os próprios analistas de Mariana, em nome do povo, em carta ao rei, no ano de 1751, vieram a dizer e a afirmar que “concluímos que não há modo mais justo para Sua Majestade arrecadar o seu quinto do que as casas de fundição”[3].
Na verdade, ocorreu apenas uma Derrama promovida pelo Governador de Minas Gerais Luiz Diogo em 1763/1764. De resto, embora a cota de 100 arrobas anuais quase nunca fosse atingida, os "homens-bons" sempre adiaram, emendaram e repactuaram o pagamento da mesma. Entranhados ao poder político, esses "homens-bons", que eram quase-sócios do Estado, conseguiram sempre empurrar com a barriga e adiar as derramas.
A partir de 1787-1788, a corrupção dos governantes da Capitania de Minas Gerais, aliada aos boatos de que a Derrama, agora, sem escapatória, iria ser implementada, fez desencadear em vozes mais altas as confabulações que desaguariam na Inconfidência Mineira, ferozmente reprimida pelo governo real de Maria I, mãe do futuro Dom João VI e avó de nosso Dom Pedro I.
A frase "quinto dos infernos" provém desta prática da Coroa Portuguesa.
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