quinta-feira, 1 de maio de 2008

Lula e o patrimônio: a verdade é sua maior inimiga



Por Reinaldo Azevedo

Os fatos, sem qualquer juízo de valor, podem, às vezes, ser mais devastadores para certas reputações do que uma acusação, ainda que verdadeira, mas envolta numa casca de polêmica política. Assim é com Lula. Vejam o tamanho da lambança petista. Lula sabia ou não sabia? Bem, se sabia, coonestou; se não sabia, passa por idiota, o que é tão grave quanto. Afinal, imaginem um presidente dominado por uma camarilha. Ok, mas isso ainda é controverso, sempre se pode dizer que a oposição está manipulando a história etc. Já o patrimônio de Lula, de mais de R$ 800 mil — o que o coloca, sem dúvida, na elite brasileira —, contribui para quebrar aquela magia do pobre operário brasileiro. Ninguém precisa fazer juízo de valor a respeito. Reparem: não se está dizendo que Lula está proibido de ter esses bens. Mas é, sim, infelizmente, absolutamente inusual que um “operário” o tenha. Quase US$ 400 mil? Nem em país rico. E quem se diz operário, metalúrgico, homem do povo, “filho de mãe que nasceu analfabeta (!)”, é ele de si mesmo, não seus opositores. É claro que o que importa é o compromisso do sujeito com as lutas etc e tal... Essas baboseiras a que a esquerda recorre quando precisa justificar a diferença entre intenção e gesto. O fato é que a mística do “um de nós chegou lá” se quebra. Porque Lula, simplesmente, já não é mais um deles. Não chega a ser, assim, um Antônio Ermírio, mas perdeu toda a legitimidade da vida severina. E, de fato, os petistas devem estar surpresos: Lula ser mais rico do que Alckmin é um capricho do destino. E, é o caso de lembrar, é bom deixar a família fora dessa história. Já pensaram se o patrimônio dos filhos entrar na contabilidade? Lula não e mais um brasileiro igualzinho à maioria. Ele já tem o insopitável cacoete aburguesado. Se a oposição for competente, isso pode render muito bem. Ninguém precisa mentir ou exagerar sobre Lula. Basta dizer a verdade.

Comentário: como membro da "zelite deste país", médico há 25 anos não amealhei este patrimônio, apesar de ter estudado 25 anos de minha vida, ter frequentado os melhores colégios de São Paulo, cursado a três melhores Universidades Públicas do Estado de São Paulo (USP, UNIFESP, UNICAMP), e continuar trabalhando em três empregos.
Deveria ter seguido a carreira de sindicalista e depois, de político profissional. Meus filhos estariam em melhor situação financeira e poderiam usar a influência política do papai para conseguirem benesses financeiras das empresas públicas. Poderia receber também diversas aposentadorias (por invalidez de um dedo, perseguido político de umas horas, deputado por um mandado inútil, etc...).

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