quinta-feira, 15 de maio de 2008

Rol dos Infames: Tomás de Torquemada (1420 - 1498)

Padre católico nascido em Valladolid, Espanha, principal organizador da Inquisição espanhola. De origem judaica e sobrinho do cardeal Juan de Torquemada, ingressou na Ordem dos Pregadores e foi prior do convento de Santa Cruz de Segóvia (1452-1474). Protegido de Fernando e Isabel, os Reis Católicos, de quem era confessor e conselheiro, foi eleito pelo papa Sisto IV para compor o grupo de oito inquisidores encarregados de organizar o recém-criado Tribunal do Santo Ofício da Inquisição (1482) e, no ano seguinte, ascendeu ao cargo de inquisidor-geral dos reinos de Castela e Aragão. Instalado em Ávila onde ficou até sua morte, promulgou (1484) os 28 artigos que orientavam os inquisidores no julgamento de crimes de heresia, apostasia, feitiçaria, bigamia, usura e blasfêmia, e autorizou a tortura para obter evidências, caso o acusado se recusasse a confessar. Célebre pelo fanatismo religioso e crueldade, seu nome tornou-se símbolo da temível instituição e chegou a ofuscar o poder real. Embora de origem judaica agiu com crueldade e fanatismo contra judeus, mouros e cidadãos suspeitos de heresia, blasfêmia, bigamia e outras práticas consideradas criminosas pelo Santo Ofício, em nome da ortodoxia católica. Seu fanatismo superou a sábia política de tolerância religiosa dos Reis Católicos, que suspenderam uma sábia política de tolerância religiosa e implantaram medidas repressivas não só contra os mouros, mas também contra judeus e marranos, assim denominados os judeus convertidos ao catolicismo, embora ele próprio fosse um deles, pois seu "poder econômico e financeiro" constituiria uma ameaça ao trono. Cerca de 170.000 judeus foram expulsos da Espanha pelo edito real de 31 de março (1492), que estipulava o exíguo prazo de quatro meses para se retirarem do país sem levar dinheiro, ouro ou prata. Estima-se em cerca de dois mil condenados foram mortos na fogueira durante sua gestão a frente da Inquisição. Temendo pelos seus excessos o papa Alexandre VI viu-se obrigado a nomear quatro inquisidores auxiliares para refreá-lo (1494).

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