
segunda-feira, 31 de março de 2008
sábado, 29 de março de 2008
Classe média paga por ano 146 dias de imposto
Ludmilla Totinick, JB Online RIO - A classe média brasileira vai trabalhar 146 dias este ano só para pagar impostos. Isso quer dizer que ainda faltam 57 dias de trabalho para que a dívida seja quitada com o governo, isso desde o dia 2 de janeiro, calculados sem um único dia de folga até hoje. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), é considerada classe média a família com renda mensal entre R$ 3 mil e R$ 10 mil. São cerca de 8 milhões de famílias, aproximadamente 32 milhões de pessoas, ou 18% da população brasileira. Segundo o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, a classe média representa 50% dos pagantes de impostos do país. – É comum no mundo inteiro que a classe média seja a grande fatia no pagamento de tributos – lembra Amaral. – Porém, no Brasil, além dos altos tributos, essa fatia da população também paga por segurança privada, escola particular, plano de saúde. Ou seja, o governo retira cada vez mais o poder aquisitivo da classe média brasileira. Em média, as famílias gastam 56% do que ganham só com tributos (40%) e serviços (16%). Segundo Amaral, a classe média também é responsável por grande parte do consumo no país, que chegou a R$ 1,55 trilhão e ajudou o Produto Interno Bruto (PIB) a bater 5,4% no ano passado. A classe média representa 60% da arrecadação do Imposto de Renda e 50% do consumo dos shoppings. Nos supermercados, representa 40% dos consumidores e 60% dos clientes dos planos de saúde e escolas particulares. A advogada Maria Rachel Coelho Pereira, 38 anos, considera a classe média é muito heterogênea. Para reforçar a renda familiar, dá aulas em duas universidades e cursos preparatórios para concursos. A rotina inclui mais de 10 horas de trabalho por dia e sábados sem folga. Carioca, moradora de Botafogo, sempre administrou o trabalho com a educação do único filho de 14 anos, que cria sozinha. Subdivisões Pelo novo critério padrão de classificação econômica da Associação Brasileira de Estudos Populacionais, são oito classes em uma, cujas rendas variam de R$ 276,70 a R$ 9.733,47. Entretanto, pelo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que utiliza o critério da empregabilidade, a classe média representa 31,7% das famílias brasileiras o que equivale a 15,4 milhões de famílias. De acordo com o presidente do Instituto, Marcio Pochmann, a classe média não pode ser conceituada só pela base salarial. – São padrões de consumo diferentes – ressalta Pochmann. - Nos últimos dois anos, tivemos um crescimento no âmbito da construção civil, mas não temos profissionais especializados para ocupar as vagas. Fico preocupado com o grande número de exportações de bens de consumo de baixo valor agregado que constrangem a expansão da mão-de-obra. Pochmann fez questão de lembrar que a classe média ficou estagnada até os anos 30, depois cresceu até 1980, mas a partir daí começou a declinar. Nos anos 90, com as reformas implantadas no governo Collor e aprofundadas no governo Fernando Henrique, empobreceu mais. A classe média perdeu poder aquisitivo porque as indústrias não investiram e, em 1990, com os juros extremamente altos, fábricas foram fechadas ou vendidas para o capital estrangeiro. A renda encolheu, assim como o número de empregos. Para o Ipea, a classe média baixa representava 41,2%. Quatro décadas depois, aumentou para 54,1%. A média classe média empobreceu, composta de técnicos científicos, de pessoas que ocupam os cargos-chave da burocracia pública e professores universitários, e passou de 38,6% para 23,1% , em 2000. A média alta, cujo perfil é de executivos, gerentes e administradores, ficou estagnada. Professores que dão aula até o 2º grau, pequenos lojistas e vendedores fazem parte da classe média baixa. Segundo o pesquisador do Ipea Ricardo Amorim, a grande curiosidade foi a diminuição dos gastos da classe média por causa do empobrecimento sofrido. – Os dados comprovam que houve corte dos gastos e aumento dos imprescindíveis, como habitação, transporte e educação. O advogado tributarista Rubens Branco diz que a classe média é a grande responsável pela arrecadação do Imposto de Renda. Paga de 15% a 27,5% ao Leão, além de todos os tributos indiretos. O consultor e terapeuta financeiro Reinaldo Domingos diz que a classe média é a mais empregada do país e por isso é a que mais paga impostos. – Virou vítima, por ficar descolada dos pobres e dos ricos – disse Reinaldo – Além dos tributos indiretos, paga pelos serviços.
quarta-feira, 26 de março de 2008
De Volta o FEBEAPÁ
Eduardo O C Chaves
Que o crime seria de preconceito religioso
Que o crime seria de profanação de símbolo religioso
© Copyright by Eduardo Chaves
Por que as leis bem-intencionadas saem pela culatra?
Stephen J. Dubner e Steven D. Levitt
O que uma mulher surda em Los Angeles, um judeu fabricante de sandálias do primeiro século e um pica-pau têm em comum?
Lueck e Michael encontraram um padrão claro: quando um proprietário de terras sentia que sua propriedade estava se transformando em um algum tipo de habitat que poderia atrair um casal de pica-paus, ele corria para derrubar as árvores. Não importava se o preço da madeira estivesse baixo. Por mais triste que possa ser, isto não causa surpresa para qualquer um que tenha examinado os incentivos perversos criados pela lei de espécies ameaçadas. Em seu estudo, Lueck e Michael citam um guia de 1996 da Associação Nacional dos Construtores de Residências: "A maior garantia de que um proprietário não enfrentará um problema com a lei de espécies ameaçadas é manter a propriedade em uma condição tal que essas espécies protegidas não possam ocupá-la". Um problema notável da lei de espécies ameaçadas é que uma espécie freqüentemente é declarada ameaçada meses ou até mesmo anos antes que seus "habitats críticos" sejam oficialmente designados. Isto dá tempo para que empreendedores imobiliários, ambientalistas e todos entre eles tenham tempo para se manifestarem em audiências públicas.
E o que acontece durante tal intervalo de tempo? Em um novo trabalho que examina a situação difícil da coruja-anã, os economistas John List, Michael Margolis e Daniel Osgood apontaram que os proprietários de terras perto de Tucson correram para liberar suas propriedades para empreendimentos imobiliários em vez de correrem o risco de vê-las declaradas santuário para a coruja. Os economistas argumentaram a "possibilidade de que a Lei de Espécies Ameaçadas esteja na verdade colocando em risco, em vez de protegendo, as espécies". Então isto significa que toda lei voltada a ajudar animais, pobres e deficientes está destinada a fracassar? É claro que não. Mas pode valer a pena encorajar nossos líderes a pensarem duas vezes (ou mesmo 8 ou 10 vezes) antes de correrem para fazer o bem. Porque se há alguma lei mais poderosa do que as criadas pelos governantes, é a lei das conseqüências indesejadas.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/freakonomics/2008/01/22/ult3431u45.jhtm
Fábula dos Dois Leões
Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)
Diz que eram dois leões que fugiram do Jardim Zoológico. Na hora da fuga cada um tomou um rumo, para despistar os perseguidores. Um dos leões foi para as matas da Tijuca e outro foi para o centro da cidade. Procuraram os leões de todo jeito mas ninguém encontrou. Tinham sumido, que nem o leite.
Conselho Médico (Como devemos tomar nossos remédios)
Barão de Itararé
Vai tudo bem, obrigado!
Multas de Trânsito e Radares
sábado, 22 de março de 2008
Aborto pode ter diminuído criminalidade
ROBERT J. SAMUELSON Newsweek
A alegação dos pesquisadores é a de que alguns criminosos em potencial não nasceram porque as respectivas mães fizeram aborto. Se for verdade, o país teve uma safra um pouco melhor de adolescentes na década de 90.
Mas isso é verdade? Talvez jamais cheguemos a saber. O declínio dos crimes é um dos grandes mistérios da década de 90. Entre 1991 e 1997, o índice de homicídios baixou 31%; os índices de todos os crimes violentos (homicídios, estupros, agressões, roubos) e crimes contra a propriedade (invasão de domicílio com intenção de roubar, e roubo de automóveis) baixaram 19% e 16%, respectivamente.
Números
Ninguém previa isso e as teorias incomuns aventadas - melhor policiamento, sentenças mais enérgicas, menos desemprego - aparentemente não explicam o fenômeno totalmente. Frustrados, Levitt e Donohue (que fizeram amplo estudo do crime) imaginaram que o aborto poderia ter alguma ligação com isso. Eles afirmam, de modo convincente, que seu objetivo é compreender o crime, e não promover o aborto. Ambos ficaram impressionados com os números em si. "Não creio que as pessoas tenham conhecimento do fato de que uma entre cada quatro gestações acaba em aborto," diz Levitt. De fato, em 1992 houve 4,1 milhões de nascimentos e 1,5 milhão de abortos.
Desarmamento: evitando uma carnificina e um genocídio
por Peter Hof em 10 de junho de 2005
As Organizações Globo e algumas ONGs, como o Movimento Viva Rio e o Instituto Sou da Paz têm feito, nos últimos anos, um enorme barulho em torno das armas de fogo. A acusação é a mesma de sempre: que armas são um perigo e um problema e não o último recurso que o cidadão de bem tem para a própria defesa, de sua família e de seu patrimônio. Qual arautos do apocalipse, esse pessoal trombeteia sobre a suposta carnificina que as armas em mãos de cidadãos de bem têm provocado. Tudo não passa de uma enorme farsa armada com o patrocínio e o estímulo da maior rede de comunicações deste país. Enquanto os arautos do desarmamento gastam tempo e dinheiro (generosamente doado pelos governos do Brasil e da Inglaterra), o povo brasileiro convive com uma carnificina e um genocídio capazes de envergonhar qualquer nação com um mínimo de pretensão à civilidade. Vamos examinar estas duas nódoas que envergonham o cidadão brasileiro. A CARNIFICINA Em entrevista ao caderno de automóveis de O Globo de 19/1/05, Ailton Brasiliense, diretor do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), informa que no Brasil morrem 100 pessoas por dia vítimas de acidentes de trânsito. Além dos mortos, mil cidadãos são feridos por dia, alguns ficando permanentemente incapacitados e outros ficam com seqüelas pelo resto de suas vidas. Ainda segundo o diretor do DENATRAN, só com vítimas de acidentes urbanos são gastos cinco bilhões de reais por ano. Cruzando-se o número de mortes ocorridas por ano resultantes do uso de armas de fogo (36.000), número esse amplamente divulgado pelas ONGs e O Globo, com o percentual de mortes decorrente de ações de cidadão – que são 4,2% do total de mortes ou, em números absolutos, 1.512, conclui-se que esse número é igual ao de mortos em acidentes de trânsito em apenas em 15 dias. Em outras palavras: os cidadãos armados com armas de fogo matam em um ano o que o trânsito mata em 15 dias! A Revista Quatro Rodas, um nome respeitado por sua seriedade e conhecimento da questão do trânsito no país, em sua reportagem “Uma questão de segundos”, publicada na edição de julho de 2004 (pág. 82 a 87), faz um retrato pungente das vítimas de acidentes de trânsito. Segundo o doutor Aloysio Campos da Paz Júnior, cirurgião-chefe da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, de Brasília, centro de referência internacional em ortopedia, as vítimas, na sua grande maioria, são jovens entre 18 e 30 anos. A reportagem ainda afirma que 96% dos acidentes é resultado de falha do motorista. Nos Estados Unidos, onde morei por cinco anos, 60% dos acidentes com vítimas têm um motorista com menos de 24 anos envolvido. A situação chegou a tal ponto que as locadoras de carros não mais alugam veículos para menores de 24 anos, e o seguro obrigatório dos carros tem um prêmio bem mais elevado para veículos onde há, pelo menos, um motorista abaixo dessa idade. Aqui no Brasil a situação não deve ser diferente; basta ver os pegas e rachas que ocorrem todos os finais de semana, alguns até programados e anunciados através da Internet. Mais detalhes no site www.spportcarbr.net/rachas_cuidados.htm. Em 2004, apenas nas rodovias federais, 6.190 pessoas morreram e 64.127 ficaram feridas (Revista Quatro Rodas, fevereiro de 2005, pág. 84). Este número de mortos equivale a 4,1 vezes o número de mortos com armas de fogo por brigas em bares e no trânsito, bebedeiras, suicídios e crises conjugais. Em seu artigo “Estamos preparados?” (O Globo, 4/1/2005, pág.7), Gláucio Ary Dillon Soares, professor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) escreveu: “O trânsito, o maior assassino não natural no Brasil, de 1979 a 2001, matou um milhão e duzentas mil pessoas.” E o que tem sido feito para se evitar essa carnificina e essa legião de mutilados causadas pela guerra do trânsito? Nada! Em 2003, o governo Lula investiu em estudos e políticas de prevenção de acidentes apenas 5.7% dos recursos oriundos do DPVAT (seguro obrigatório) e 30.9% das multas aplicadas. Segundo a Revista Quatro Rodas este resultado é um recorde negativo desde a implantação do novo Código Nacional de Trânsito em 1998 (Revista Quatro Rodas, Fevereiro de 2005, pág. 84). Apenas como elemento de comparação, uma pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos da Religião (ISER), com o apoio do Movimento Viva Rio e de uma organização estrangeira chamada Small Arms Survey, o sistema público de saúde gastou, em 2002, entre 120 e 130 milhões de reais para tratar de feridos por armas de fogo (O Globo, 18/03/2005, pág. 12). Ou seja, a guerra do trânsito, com seus acidentes e fatalidades, custa 38.5 vezes mais do que o tratamento dos ferido por armas de fogo. E é preciso lembrar, mais uma vez, um fato que os anti-armas insistem em não dizer: esse é o custo total dos feridos por armas de fogo. Isso significa que aí estão incluídas despesas que não podem ser evitadas, pois derivam de confrontos de policiais com criminosos, vítimas de assaltos e de todo o tipo de ação criminosa que não vai ser reduzido pela aplicação do Estatuto do Desarmamento e, muito menos pela ação de um Estado omisso. E para coroar o descaso, a Folha de São Paulo 2/3/05 (pág. A6) informa que o Ministério dos Transportes sofreu um corte de verba da ordem de 2,7 bilhões de reais ou 39% de redução sobre o valor original aprovado do orçamento de investimento e custeio. Entre todos os ministérios esse é o maior de todos os cortes de verba no orçamento. A mesma Folha de São Paulo em 31/05/05 informa: “A gestão Lula congelou, nos dois primeiros anos, 80% dos recursos que recebeu de motoristas que pagaram multas e seguro obrigatório, deixando de usar R$ 313 milhões (sem considerar a inflação) que deveriam, por lei, ser investidos em educação e prevenção de acidentes. O governo petista diz que, em 2005, a retenção drástica das verbas continuará. A decisão visa acumular recursos em caixa para atingir as metas de superávit primário.” Até hoje não vi nenhuma ONG fazendo um trabalho crítico sobre esta calamidade. Nada com pelo menos um décimo da ênfase que o Movimento Viva Rio e o Instituto Sou da Paz dão às 1.512 vítimas de armas de fogo ao ano. Qual a razão para tal empenho e tal omissão? Eu tenho uma teoria: O valor anual total investido em propaganda no Brasil é de 13 bilhões de Reais. Não é preciso ser nenhum gênio para perceber que a maior parcela é gasta pelas montadoras de automóveis e bancos. E que a TV Globo, como líder de audiência, canaliza a maior parte dessa verba. Para se ter uma idéia da quantidade de dinheiro que gastam esses clientes, o HSBC (ex-Bamerindus), sétimo lugar no ranking brasileiro de bancos, gastou em 2004 135 milhões de reais em marketing (O Globo, 27/03/05, pág. 32). Imaginem as Organizações Globo e alguma ONG envolvidas em uma campanha para restringir a venda de bebidas e que concomitantemente propusesse o aumento da idade mínima de dirigir para 25 anos. Impossível? Em tese, não. Afinal o Estatuto do Desarmamento determina que só pode comprar armas quem tiver 25 anos completos. Mas no caso em questão é impossível, sim. Vamos ver qual seria a previsível reação dos prejudicados: A indústria automobilística e suas correlatas (indústria de equipamentos de som, pneus e acessórios) têm nos jovens uma importante parcela de seus clientes. Jovens de classe média alta costumam receber de presente um carro ao passar no vestibular. Outros, recém formados, investem seus salários na compra de veículos. E são eles quem mais investem em modificações estéticas e equipamentos de som em seus carros. O chamado tuning é uma verdadeira mania entre os jovens. Outra fonte de receitas e lucros para as montadoras são os consórcios, que representam 17,1% das vendas de veículos, fazendo-os acessíveis a um grande contingente da população. Intimamente ligados à indústria automobilística neste negócio estão os bancos: são eles que financiam as operações de venda de carros e, com as taxas de juro escorchantes, com que o governo os brinda, realizam fabulosos lucros. Além disso, hoje os bancos são também proprietários de seguradoras. Um carro pequeno, com dois anos de uso, paga uma média de R$ 1.500 por ano de seguro com uma alta franquia. Por último, mas igualmente importante neste negócio bilionário, vem o governo (federal, estadual e municipal). Um carro pequeno, por exemplo, o GM Celta mais barato, custa R$ 21.670. Deste valor, 39,29% ou seja, R$ 8.514 vai para o governo sob a forma de impostos. Mas a mordida do governo não pára aí: tem a carteira de motorista, o emplacamento, o IPVA, as multas, o pedágio e a verdadeira galinha dos ovos de ouro: a gasolina. Sim, o imposto na gasolina é de 53,03% sobre seu preço na bomba. Cada vez que o jovem enche o tanque de seu Celta, o “sócio” embolsa R$ 59. Cada jovem que encher o tanque de seu carro duas vezes por mês estará entregando anualmente ao governo R$ 1.416 em impostos. Multiplique esta quantia pelos milhões de jovens que têm carro e o leitor verá a fabulosa quantia de dinheiro que eles entregam ao governo. Vamos agora tentar imaginar a reação de duas das mais poderosas entidades do país: a FEBRABAN e a ANFAVEA, face a uma hipotética campanha das Organizações Globo e de uma ONG qualquer, querendo aumentar a idade mínima de dirigir para 25 anos. Nesta hora a CUT vai esquecer seus pruridos ideológicos e se aliará ao capitalismo espoliador na defesa de seus empregos. Minha aposta é que os dois (os três, melhor dizendo), vão fazer as contas de quanto estariam perdendo em vendas (e em empregos, no caso da CUT) e iriam ao Governo mostrar o tamanho do estrago. O Ministro da Fazenda também já teria feito o cálculo da perda de receita e começaria a manobrar no Congresso para evitar que o projeto sequer fosse votado. A ANFAVEA e a FEBRABAN chamariam as Organizações Globo para uma conversa, mostrar-lhes-iam quanto gastam em publicidade, e sugeririam que parassem com a brincadeira. As Organizações Globo, se fossem tolas o suficiente para se meter em tal aventura, iriam deixar de lado o fervor cívico de que estivessem imbuídas, abandonariam imediatamente a campanha. Agora vejam o que aconteceu com os fabricantes de armas. Quanto eles investem em publicidade no Brasil? Algo muito próximo de zero, já que existe apenas uma revista especializada em armaria no Brasil. Leitor,folheie a revista Magnum e conte quantos anúncios de fabricantes de armas existem. Sabe quantos? Nenhum! Creio ser caso único no mundo: uma revista sobre armas que não tem anúncios de fabricantes de armas! Ademais, nenhuma das três fábricas de armas (quatro, incluindo a CBC) pertence a multinacionais. Há muitos anos que a maioria de suas vendas são feitas no exterior. Elas não têm nenhum instrumento de pressão. Existe algum alvo mais fácil de atacar? E essa gente ainda tem o descaramento de falar em lobby da armaria... O GENOCÍDIO Agora que falamos da carnificina vamos ver o que se passa no terreno do genocídio. Segundo o Almanaque Abril de 2004, pág. 102, morrem no Brasil, antes de completar um ano de vida, 28,3 crianças em cada 1.000 nascidas com vida. Tal situação nos coloca na honrosa companhia do Azerbaidjão (29,3), Cabo Verde (29,7), Vanuatu (28.5), e distantes de nossos próprios vizinhos: Argentina (20,0), Chile (11,6) e Venezuela (18,9). Traduzindo-se isso em inocentes vidas ceifadas, 63.000 crianças morrem anualmente neste país antes de completar um ano de idade, 74% a mais do que as mortes por armas de fogo e 42 vezes mais do que as mortes que supostamente a Campanha do Desarmamento tem como objetivo evitar. Isto na média brasileira. Se formos para a Região Nordeste, terra do Presidente da República, do Presidente da Câmara, do Presidente do Senado e do Ministro da Saúde, o número é de envergonhar qualquer país que se considere minimamente civilizado: 44.2 crianças a cada 100 mil nascidas morrem antes de completar o primeiro ano de vida. A região do companheiro Presidente desfruta, em termos de morticínio infantil, da humilhante companhia da Argélia (43,9), Coréia do Norte (41,1), Egito (40,6), Equador (41,5), Guatemala (41,2), Indonésia (41,6) e Turquia (39,5).
sexta-feira, 21 de março de 2008
Taxa de Localização
Alguns questionam na Justiça a própria existência da cobrança anual da taxa, alegando esta ser inconstitucional podendo ser feita apenas no momento em que a empresa começa a funcionar e não todo ano. Esse é o caso das empresas Central dos Parafusos e da Casa da Borracha, que estão questionando a cobrança da taxa de localização na justiça por meio de uma ação. O advogado Luiz Carlos Barbosa de Almeida se baseia na tese de que essa cobrança só é devida no momento da instalação da empresa e não todos os anos.
“A maioria dos empresários ignora esse direito. É ilegítima essa cobrança para estabelecimentos comerciais e industriais que não necessitam do uso do poder de polícia da municipalidade”, explica o advogado. Isso quer dizer que empresas que não requerem um serviço de fiscalização por parte do município, como hospitais e empresas que trabalham com alimentos, por exemplo, são isentas dessa taxa. Uma indústria têxtil é um exemplo de atividade que não suscita uma avaliação periódica no que diz respeito a saúde, moralidade ou segurança pública.
A taxa de lixo e seus aspectos legais
Todos aqueles que são proprietários de imóveis, ou até mesmo aqueles que detêm somente o domínio útil ou a simples posse, como no caso da locação, sabem que devem arcar, em cada exercício financeiro, com o pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano(IPTU). Acontece que há mais de cinco anos, esses mesmos contribuintes vêm arcando também, além do pagamento do IPTU, com a exigência da Taxa de Limpeza Urbana, mais vulgarmente conhecida como taxa de lixo. A grande questão que, no entanto, apresenta-se é a seguinte: estaria a exigência da referida taxa de lixo, em conformidade com a atual Constituição Federal e o Código Tributário Nacional? Para responder a esta pergunta, mister tecermos aqui algumas considerações. Primeiramente, é bom que se faça a análise do conceito legal da espécie de tributo taxa.
O serviço de limpeza pública trata-se portanto, de serviço geral e indivisível, de utilização indistinta por toda a comunidade, que circula diariamente por ruas, praças e avenidas de uma cidade, devendo ser assim, custeado inteiramente pela receita advinda dos impostos municipais exigidos por lei, e não cobrado dos proprietários de imóveis, o que constitui flagrante bitributação, instituto completamente vedado em nosso ordenamento jurídico. Como se poder afirmar que a taxa de lixo é divisível, se não há sequer um padrão lógico e razoável para medir a quantidade de lixo que cada imóvel ou residência produz em um mês dia ou ano? Em que se baseia o Município então, para cobrar maior valor de uma taxa de lixo de um imóvel em relação a outro? A resposta é simples. O Ente Municipal não se baseia em norma jurídica alguma, simplesmente porque não há qualquer fundamento legal ou constitucional para a exigência da aludida taxa de lixo. Ademais, a malsinada taxa de lixo é calculada tendo como base a área do imóvel, que é justamente a mesma base de cálculo do IPTU; além disso, ela possui como fato gerador a propriedade imobiliária, que também constitui a mesma hipótese de incidência do imposto municipal referido. Assim, tem-se que a taxa de limpeza pública ou taxa de lixo é inconstitucional, pois viola frontalmente o art. 145, parágrafo 2o da Carta Constitucional de 1988, que versa sobre a impossibilidade da existência de taxas com base de cálculo de impostos. Outrossim, a aludida taxa municipal também fere, de forma inequívoca, a legislação infraconstitucional do Código Tributário Nacional, mais especificamente o parágrafo único do art. 77, que afirma não poder possuir a taxa, base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a impostos, nem ser calculada em função do capital das empresas. Como se não bastasse tudo isso, deve-se Ter em mente que a taxa de lixo é cobrada do contribuinte de forma irregular, no mesmo carnê de lançamento do IPTU, em cobrança antecipada, que se refere ao exercício financeiro que ainda virá a ocorrer, logo, é extremamente irrazoável a exigência da mencionada taxa, uma vez que é totalmente impossível saber-se ao certo se determinado imóvel vai ou não produzir lixo naquele exercício, e se produzir, qual será exatamente a quantidade advinda. Emerge assim, do que aqui se afirmou, a conclusão de que a exigência da Taxa de Limpeza Pública é inconstitucional e ilegal, devendo ser repelida completamente pelos nossos Órgãos Julgadores, devendo ser ainda, devolvida a quantia despendida, nestes últimos anos, pois configura-se valor que faz jus aos contribuintes que com ela arcaram. Fonte: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3693
A natureza jurídica do pedágio
Rogério Carlos Born técnico judiciário, acadêmico de Direito pelas Faculdades Integradas Curitiba
Desde a construção das primeiras estradas pavimentadas no final da década de cinqüenta, motivadas pela chegada das montadoras de automóveis ao Brasil, não era praxe a arrecadação de taxas ou tarifas destinadas a conservação e manutenção das rodovias pela Administração Pública, ou seja, a exigência de contraprestação pelo serviço público por intermédio de pedágios se resumia apenas a alguns casos isolados.
AS VIAS ALTERNATIVAS O legislador, com o intuito de pôr termo às divergências quanto a obrigatoriedade do oferecimento de vias alternativas, dirimindo as eventuais lides e dinamizando o processo de terceirização, pela edição da Lei 8.987/95, alterou expressamente o teor do artigo 9º, § 1º da Lei 8.987/95, que dispõe sobre o Regime de Concessões de Serviços Públicos e regulamenta o artigo 175/CF, estabelecendo, in verbis, que: a tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e somente nos casos expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de um serviço público alternativo e gratuito ao usuário (grifado). Desde a promulgação destas modificações, a jurisprudência tem se manifestado em ambos os sentidos, mas nunca motivada pela novel alteração legislativa como nos Recursos de Apelação do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul(1) que não reconhecem a obrigatoriedade das vias alternativas fundamentando que se trata de pedágio-tarifa, que decorre do poder do Estado de dispor a respeito da organização e funcionamento da administração, insculpido pelo artigo 84, VI, da Constituição Federal, com a correlata atividade estatal específica em contraprestação (conservação, e restauração da rodovia). Os presentes julgados ainda enunciam que a opção do Poder Público pelo regime contratual não está adstrita a existência de rodovia alternativa que seria apenas mais um fator da caracterização do pedágio, no caso, como tarifa e como tal não precisa observar os princípios próprios a esta podendo ser instituída por decreto. Em sentido contrário se pronunciou o Tribunal Regional Federal da 4ª região(2), cujo teor prescreve: tratando-se de pedágio, exige-se que a estrada apresente condições especiais de tráfego (via expressa de alta velocidade) e ofereça possibilidade de alternativa para o usuário (outra estrada que conduza livremente ao mesmo destino), embora em condições menos vantajosas de tráfego. A ausência desta via alternativa lesa o direito dos usuários submetidos à cobrança irregular e, de outro lado, o dano de toda a sociedade, que teve o seu direito de locomoção limitado. A definição de taxa trazida pelo artigo 145, II da Constituição Federal e pelo artigo 77, caput, do Código Tributário Nacional, trazem os seguintes requisitos para a sua caracterização: decorrência do exercício de poder de polícia ou utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição. O artigo 79, I, "a" do Código Tributário, ao definir os serviços públicos utilizados potencialmente elenca a compulsoriedade como pressuposto essencial e o caput do mandamento constitucional retrocitado estabelece a instituição mediante lei. A distinção entre as tarifas ou preço público e as taxas origina-se da Súmula 545 do Supremo Tribunal Federal cujo enunciado dispõe que não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. Todavia, esta exegese seria restrita ao pagamento de pedágio em vias desprovidas de alternativas gratuitas, uma vez que, com a existência destas desaparece a compulsoriedade trasladando a definição de taxa para tarifa ou preço público. A doutrina, principalmente Afonso da Silva(3), Roque Antônio Carraza(4), é unânime e a jurisprudência (5) é majoritária na afirmação de que o pedágio se constitui numa taxa. No Brasil, teríamos como tarifada a Rodovia Free Way - BR-290 paralela a Rodovia RS-030 (gratuita), interligando Porto Alegre ao litoral gaúcho, e como taxadas a Rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto às margens da Rodovia Presidente Dutra - BR-116, no trecho entre São Paulo e Taubaté, pois neste caso ambas estão sob pedágio. Destarte, a nova definição dada ao dispositivo retro do Regime das Concessões dos Serviços Públicos seria de restrita aplicação, pois somente desobrigaria a Administração Pública a oferecer uma via gratuita na coexistência de mais duas rodovias, uma tarifada e outra graciosa. Logo, a existência de apenas uma rodovia sob pedágio não isentaria o Poder Público de disponibilizar uma via alternativa gratuita pois, in casu, a taxa não se sujeita ao recente ordenamento estudado que abarca somente os serviços públicos tarifados. Contudo, o artigo 150 da Carta Política se encontra disposto justamente no título constitucional que disciplina a tributação, o que se traduz na equiparação do pagamento do pedágio, em qualquer rodovia, com ou sem via alternativa gratuita, à categoria de taxa, obrigando, desta forma, a Administração a disponibilizar estas opções de tráfego, pois o ordenamento das concessões somente alcança a modalidade de tarifa, que não esta arrolada nas espécies de tributo que se resumem a impostos, taxas e contribuições de melhoria e, discutivelmente, o empréstimo compulsório e as contribuições sociais. Fonte: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2483
Paradoxo de Epicuro
Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode.
Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus.
Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus.
Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto nem sequer é Deus.
Se pode e quer, o que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então a existência dos males?
Por que razão é que os não impede?
Epicuro - 321-270 a.C
O Analfabeto Político
quinta-feira, 20 de março de 2008
Bolsa Marmita
Não há nada que envelheça mais depressa do que um benefício.
Aristóteles
Sábado, Março 15, 2008
http://alertatotal.blogspot.com/
quarta-feira, 19 de março de 2008
Saúde e Educação de Cuba
Fuga de cérebros, principalmente de médicos, prejudicou ensino e medicina preventiva, antes tidos como modelos
Roberto Lameirinhas, HAVANA
Médicos do MST
Movimento quer aprovação de lei que valida automaticamente diplomas de Havana, mas enfrentam resistências
Roldão Arruda
Chega ao Brasil em agosto a terceira turma de médicos do Movimento dos Sem-Terra (MST) formados em Cuba. Vão juntar-se aos 18 jovens militantes que já passaram pela Escola Latino-americana de Medicina (Elam), em Havana, mas não podem exercer a profissão: seus diplomas ainda não foram reconhecidos no Brasil. Nem a turma de 2005 obteve autorização.
A demora incomoda a direção do MST. "Isso é fruto do preconceito de classe: o povo pobre não tem oportunidade de aprender medicina no Brasil e, quando consegue uma bolsa para estudar no exterior, não é reconhecido na volta", reclama Marina dos Santos, da direção nacional do movimento.
O pessoal do MST estuda por meio de um programa do Ministério de Educação Superior de Cuba, que oferece bolsas para jovens indicados por partidos, instituições públicas e organizações sociais. Josiano Macedo, de 29 anos, é um desses jovens. Filho de agricultores - meeiros - do Rio Grande do Norte e militante dos sem-terra, ele desembarcou em Cuba em 2000. Fez um curso preparatório e prestou a prova de habilitação exigida pelo ministério, antes de ser aceito na Elam.
Depois de estudar seis anos e encantar-se com a sociedade cubana ("É um país maravilhoso, no qual as prioridades do Estado são questões básicas, como saúde, educação, lazer, esporte"), ele voltou em setembro do ano passado. E de lá para cá vem batalhando pelo reconhecimento do canudo.
De acordo com a lei brasileira, o estudante que obtém um diploma no exterior, em qualquer área do conhecimento, não pode exercer a profissão sem antes passar por um exame de revalidação - aplicado por universidades públicas, estaduais ou federais. O mesmo acontece quando um estrangeiro vem ao Brasil para exercer profissão aprendida lá fora.
O problema, segundo Macedo, é que as escolas não realizam as provas. "Há três anos que as faculdades de medicina não abrem processos de revalidação nem aceitam nossos pedidos para análise dos diplomas", conta. "Pelas normas do Conselho Nacional de Educação, quando a compatibilidade dos currículos é superior a 90%, a revalidação é automática."
Macedo acredita que por trás de tudo está o Conselho Federal de Medicina (CFM). "É uma jogada corporativista", acusa ele. "O conselho federal conversa com reitores de universidades e conselhos regionais, criando dificuldades. Tentam, por exemplo, nos impedir de fazer residência médica, mas isso é ilegal: no Rio Grande do Sul, três colegas foram à Justiça e ganharam."
Por enquanto, Macedo faz curso de especialização, lato sensu, em saúde da família, na cidade de Sobral, no Ceará, e trabalha num ambulatório. "Temos interesse nessa área e aqui funciona um programa pioneiro", explica. "Fiz os exames para ser aprovado no curso. Enquanto estudo, também me preparo para o exame de revalidação, quando vier."
Além de estudar, os médicos do MST estão de olho no Congresso. Lá tramita um projeto de lei que torna automático o reconhecimento, no Brasil, dos diplomas da Elam. "Queremos a aprovação desse projeto, que confirma um acordo bilateral assinado entre os governos dos dois países em 2003 e renovado em 2006", diz Macedo. "Isso resolveria o problema dos brasileiros que passaram por aquela escola - e que já são mais de cem."
Na direção do CFM, o conselheiro Geraldo Guedes, da comissão de ensino, rebate as críticas. "Estão atirando no alvo errado. O responsável por todo o processo de revalidação dos diplomas é o Ministério da Educação, que transfere essa atividade para as universidades públicas", diz. "Apoiamos esse sistema e estamos fazendo propostas ao governo para que o aperfeiçoe, com o objetivo de facilitar o trânsito da revalidação. Defendemos um exame único em todo o território nacional. Ele seria aplicado por um conjunto de seis ou sete universidades, em diferentes regiões."
Na opinião de Guedes, a polêmica tende a crescer, porque aumenta o número de jovens que vão estudar medicina em outros países da América Latina e voltam para o Brasil: "A maioria vem da Bolívia."
ANTIDEMOCRÁTICO
Por outro lado, o CFM, segundo Guedes, está disposto a combater de todas as formas o projeto de lei que, com apoio do Itamaraty, revalida automaticamente os diplomas da Elam. "Há gente vindo da Argentina, da Bolívia e de outros países com diplomas médicos. Por que criar uma exceção? Por que tratar os cidadãos brasileiros de forma diferente?", argumenta. "Não somos a favor desse acordo, que, além de anticonstitucional, não tem nada de bilateral, porque não é recíproco: os diplomas brasileiros não serão automaticamente aceitos lá. Somos a favor do aperfeiçoamento do atual sistema, que, além de mais seguro, é democrático."
Consultado, o MEC informou, por meio de sua assessoria, que a legislação está sendo cumprida - e que a realização das provas compete às escolas públicas. Sobre o projeto que abre uma exceção para os diplomas da Elam, o ministério preferiu não se manifestar.
Fonte: "O Estado de São Paulo, 01 julho de 2007".
E-mail de um Brasileiro
Sr. Ricardo Kotscho.
Li metade das 334 páginas do seu livro Do golpe ao Planalto. Só agüentei isto e procurei ler os capítulos que supus mais interessantes. Mas deu para ter uma idéia de seus objetivos ao escrever este livro.
Inegavelmente o senhor escreve bem, de forma simples e compreensível até mesmo para um indivíduo com pouca instrução, como o seu ídolo Luis Inácio Lula da Silva. Tanto que o seu livro não tem nenhum valor literário. É apenas um compêndio de registro de histórias vividas. Algumas até muito interessantes.
Inegavelmente o senhor é um bom repórter, com larga experiência, tendo passado pelos maiores e melhores jornais do país, conheceu pessoas importantes, viajou muito, enfim, a sua experiência de vida é de fazer inveja a muita gente. Eu já o conheço de longo tempo, desde a época em que o senhor começou a acompanhar o apedeuta hoje travestido de presidente da república deste pais de faz de conta na época em que ele infernizava as empresas do ABC paulista em sua jornada contra tudo o que proporciona progresso e bem estar, o capitalismo.
É interessante como as pessoas são diferentes e têm conceitos diferentes. Quando o senhor viu o Lula pela primeira vez, morreu de amores por ele e adotou-o como seu ídolo maior. Quando eu vi o Lula pela primeira vez, na televisão, logo após ele ter saído da prisão, comentei com minha mulher: Querida, este é o cara que é o maior sindicalista do país? Puxa vida, o sujeito tem cara de malandro, pinta de moleque e um linguajar rasteiro. Transpira ódio por todos os poros! Morava eu nesta época em São Paulo, na Praça Panamericana, em Pinheiros.
Esta foi a impressão que eu guardei do seu ídolo até ser piorada depois que 52 milhões de imbecis o colocaram no Palácio do Planalto e ele ter montado a maior quadrilha de que se tem notícia para saquear este país de faz de conta, humilhar os cidadãos de bem, tripudiar sobre as frágeis instituições e comprá-las em proveito dos seus propósitos psicopatas com o dinheiro público. Não resta a menor dúvida de que o seu ídolo, Luis Inácio Lula da Silva é um psicopata que chegou à presidência da república num país de merda onde o poder de eleger imbecis como ele foi colocado nas mãos de uma ralé ignorante que infelizmente constitui a maioria da população.
Estou com 63 anos de idade e já vi de tudo neste país de merda. Cheguei à conclusão, nesta altura da vida, que o Brasil é um país fracassado que abriga um povo que já nasceu fracassado por uma razão muito simples: suas origens. A promiscuidade entre portugueses ladrões, assassinos e escravocratas, negros escravizados analfabetos, brutalizados e ignorantes e índios selvagens só podia dar no que deu. O povo brasileiro, excetuando-se os que se mantiveram puros, é o resultado dessa mistura maldita que a biologia e a genética explicam muito bem e que as religiões, em sua ânsia de esconder a verdade e manter o povo na ignorância, tenta por todos os meios mascarar.
Dito isto, vou agora ao motivo que me levou a escrever-lhe. O Brasil sempre teve e tem muitos inimigos internos. Diz-se que quem tem os inimigos internos que o Brasil tem, não precisa de inimigos externos. E o senhor, um alemão, veio somar-se aos inimigos do Brasil. Muitos alemães, desde muito tempo, vieram para o Brasil para trabalhar pelo seu desenvolvimento. Muitas empresas alemãs aqui se instalaram e trabalham pelo progresso do Brasil. O senhor, não. O senhor veio, embora em tenra idade, e se aliou ao que existe de pior neste país, uma ralé que o está levando à ruína. Ruína econômica e moral.
Nunca se viu neste país tal degradação, tal desrespeito aos valores éticos que são a base das grandes nações e tal vitupério ao ser humano. O único projeto desse canalha que o senhor ajudou a se tornar presidente é o de tornar todos os brasileiros dependentes do Bolsa Família. Menos, é claro, a quadrilha que ele organizou e seus comparsas comprados com o dinheiro público. Este projeto jamais dará certo porque é fruto de uma mente doentia e psicopática, desprovida de qualquer sentido lógico. Ter um ditador sanguinário como Fidel Castro como ídolo e Cuba como modelo para o Brasil confirma isto.
Pessoas como o senhor, Lula, José Dirceu e Genoíno, Frei Beto, Evaristo Arns, Gilberto Gil, Chico Buarque de Holanda, Oscar Niemayer e tantos outros sócios de carteirinha do clube dos Perfeitos Idiotas Latino Americanos, somados a milhares de outros que começaram a chegar por essas plagas nas caravelas de Cabral, fizeram desta bela terra um dos lugares mais feios do mundo. Um lugar fétido e imoral. É claro que a culpa não é do Lula, isto é coisa que vem de muito tempo, de séculos. Lula é apenas um filhote analfabeto do sistema aqui implantado. O Brasil de hoje é como um organismo acometido por um câncer violento cuja metástase já se espalhou e está sendo alimentado por milhões de células infectadas alimentando o tumor via eleições. É o único país do mundo onde milhões comparecem alegremente às urnas a cada eleição para eleger uma ditadura de facínoras ladrões que vão lhes sugar a única coisa que justifica a vida de um ser humano: a dignidade. A maioria do povo brasileiro perdeu a dignidade.
O senhor se jacta em seu livro de ter ajudado a redemocratisar o país junto com esta cambada de sangue-sugas do PT que hoje se locupletam do fruto do trabalho de quem verdadeiramente trabalha. Que democracia é esta? Esta democracia só serve a Lula e sua quadrilha, posto que não pune ladrões como ele. Para mim não serve.
O que mais me chateia é que, nesta minha idade, vou ter que deixar o país onde nasci e que eu amo para não assistir ao seu velório. Estou indo embora definitivamente para a Austrália em novembro para não ter que um dia ser forçado a viver às custas de uma Bolsa Família e assistir a todo momento um facínora cínico como o seu ídolo Lula dizendo que o país vai muito bem. Porra nenhuma, senhor Kotscho, o Brasil está literalmente falido e eu posso provar isto. Falido economicamente e moralmente!
Finalmente, devo dizer-lhe que o senhor teria prestado melhor serviço ao meu país se tivesse escrito um livro contando tudo o que o senhor sabe da podridão que é este governo petista. É claro que o senhor sabe de tudo. Só o Lula, que não governa, não sabe de nada. Mas o senhor sabe. Se não sabe, que diabo de jornalista o senhor é? Não é possível que o senhor, como secretário de imprensa, convivendo e trabalhando nas mesmas dependências onde se instalou uma quadrilha, não soubesse de nada. O senhor sabe, sim. O senhor não revela que sabe e escreveu um livro para ajudar o seu amigo a se reeleger porque o senhor é carta do mesmo baralho.
Otacílio M. Guimarães